O nosso Templo de Makumba é um espaço sagrado dedicado à preservação, vivência e transmissão das nossas tradições de Kimbanda Kongo-Angola e do Catimbó Jurema. Mais do que um templo, é um território de força, onde a ancestralidade se manifesta em cada canto, cantiga e folha sagrada.

Tendo como propósito honrar os ancestrais e cultuar as forças da natureza, o templo se estabelece como um ponto de ligação entre o mundo material e o espiritual — um mukanda (escola de iniciação e saber ancestral) de sabedoria e ngunzo (energia vital) — sustentado pelo mais profundo respeito à nossa Rama (linhagem), cuja raiz floresce desde a década de 1950.

Somos guardiões de uma tradição afro-indígena que ecoa o sopro dos antigos povos de Kongo-Angola e dos mestres da Jurema, portadores de uma ciência ancestral que atravessou gerações, oceanos e matas para se renovar em nossa caminhada espiritual. Em cada ritual, reafirmamos o compromisso de manter viva a chama da tradição, a voz dos encantados e o poder dos nossos ancestrais.

Para nós, em nossa Rama (linhagem), somos Kimbanda — ou Quimbanda. A Kimbanda Kongo-Angola é uma tradição espiritual de origem africana e, em nossa prática, também de povos originários, portanto, afro-indígena, que honra as forças da natureza, os ancestrais e os poderosos espíritos que regem o equilíbrio entre os mundos. É um caminho de conhecimento, transformação e profunda conexão com o sagrado — uma ciência espiritual que une o visível e o invisível.
Nzambi acima de tudo!

Para nós, a Kimbanda acima de qualquer definição, é uma filosofia de vida, vivemos com base em lealdade, honra e respeito. Ela nos ensina a compreender o lugar do ser humano dentro da criação, o respeito às leis naturais e a importância do equilíbrio entre corpo, mente e espírito. É um sistema de sabedoria ancestral que revela a interdependência de todas as coisas e nos convida a viver em harmonia com os princípios da Terra e do Tempo. Exú fez uma casa, sem porteira e sem janela!

Por meio dos rituais, cânticos, danças, oferendas e trabalhos espirituais, mantemos viva a chama da tradição, reafirmando nossa ligação com os Bakulu (ancestrais) e com as forças que sustentam a vida. Para nós, o contrário da vida não é a morte — é o desencanto. Assim, honramos aqueles que vieram antes de nós e abrimos caminhos de luz, força e continuidade para as gerações futuras.

Quem sai junto, chega junto.
Quando o corpo não aguenta, a moral sustenta.
Um corpo que não vibra é um esqueleto que se arrasta.
Um corpo sem Exú vive em coma.

Ngunzo ê Kimbanda! Ngunzo ê!
Aweto, nga sakidila!